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Jovens de Acaraú (CE) fazem app de matemática para ajudar colegas nos estudos

Temas

  • educação
  • ciência e tecnologia

Acaraú - CE

Ano de Inscrição: 2019

status Menção Honrosa

ODS

30/07/2020 - Por Criativos

Projeto reúne dicas e conteúdos de matemática e transforma a relação de estudantes de Acaraú (CE) com a disciplina

Nós usamos a matemática todos os dias. Às vezes não percebemos, mas os números e cálculos estão ali, na ida ao supermercado, na hora de escolher o horário de pegar o ônibus, quando vamos dividir a conta com amigos no restaurante. Então por que será que a matemática em sala de aula ainda é vista como o “bicho-papão” das disciplinas?

Foi justamente essa pergunta que motivou um grupo de estudantes da Escola Estadual de Educação Profissional Marta Maria Giffoni de Sousa, da cidade de Acaraú (CE), a criar o projeto Be!Math: A Tecnologia como figura de mediação pedagógicaA iniciativa  propõe um mergulho no mundo de possibilidades que as TICS (Tecnologias da Informação e Comunicação) trazem para o aprendizado da matemática.

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Como todo projeto que pensa em soluções para os problemas do cotidiano da escola, o Be!Math surgiu a partir do diagnóstico crítico da situação vivida pelas turmas do 1° ano. É o que relata o estudante Guilherme Cunha, de 16 anos: “Notamos que muitos alunos tinham dificuldade na área de matemática, tirando notas abaixo da média na avaliação. Com isso, nasceu a ideia de construir uma ferramenta que pudesse auxiliar os alunos e melhorar o desempenho na matéria” explica.

Além da avaliação diagnóstica, os adolescentes também desenvolveram um questionário que pudesse revelar pistas sobre as principais dificuldades dos colegas. Com as informações das turmas em mãos, foi preciso pesquisar estratégias didáticas que tornassem o aprendizado da matemática mais amigável.

Projeto Be!Math: Tecnologia como Ferramenta de Mediação Pedagógica

Projeto Be!Math: Tecnologia como Ferramenta de Mediação Pedagógica

A partir da mobilização dos estudantes e com o apoio da coordenação, foi feita uma parceria com os jovens de Redes de Computadores, um dos cursos técnicos profissionalizantes oferecidos pela própria escola. E foi aí que surgiu a plataforma Be!Math, um espaço que reúne diversos conteúdos sobre a matemática, como macetes, questões, explicações e dicas.

Depois de cadastrados na plataforma, os estudantes começaram a utilizá-la nas horas de estudo e os resultados no aprendizado da matemática ficaram visíveis: a porcentagem de alunos que se saíram bem nas avaliações saltou de 16,6% para 47,7%.

Feito por estudantes para estudantes

Interface do aplicativo Be!Math

Interface do aplicativo Be!Math

Em 2019, a plataforma se transformou em app. Assim que o aplicativo Be!Math ficou pronto, o grupo começou a alimentá-lo com conteúdos de matemática. Colocaram vídeos dos professores dando aulas, vídeos com dicas de estudantes que tinham mais afinidade com a matemática para resolver problemas lógicos, e vídeos de outros alunos, que mesmo sem ter muita afinidade com os conteúdos se propunham a estudá-los e ensiná-los aos colegas.

Sempre que alguma dúvida pintava no ar, os estudantes pediam aos seus professores que gravassem uma explicação mais detalhada para o aplicativo. Dessa forma, a turma poderia acessar as aulas nas horas de estudo em casa.

Por fim, surgiram tantos conteúdos que a equipe decidiu criar uma aba especial de “Dicas”, com as principais fórmulas e macetes matemáticos organizados por conteúdo.

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E foi esse cuidado com a apresentação dos conteúdos que fez com que o projeto conquistasse tanto os estudantes quanto a equipe de educadores do colégio. Afinal, existem muitos aplicativos de matemática, mas poucos são feitos pelos próprios jovens.

É o que observa de forma orgulhosa a estudante Suéli de Araújo: “Nosso aplicativo foi criado de aluno para aluno, então a gente sabe quais são as dificuldades dos nossos colegas. Nós sabemos o que eles procuram. Eles procuram praticidade, conteúdos que possam aprender facilmente. E, por isso, a gente buscou dicas resumidas e mais divertidas para se aprender”, complementa.

Os potenciais da tecnologia: da plataforma ao aplicativo
Em 2019, o Be!Math ganhou reforços. Mais estudantes apadrinharam o projeto e continuaram buscando alternativas para melhorar ainda mais os resultados. De plataforma, Be!Math virou aplicativo, tornando-se acessível a um número maior de alunos.

Estudantes se reúnem para planejar aplicativo

Estudantes se reúnem para planejar aplicativo

Depois da mudança, a maior parte da turma passou a  acessar os conteúdos na escola e em qualquer lugar pelos smartphones . “Mudamos a ideia do projeto de um portal para um aplicativo devido à portabilidade e à facilidade do acesso, já que mais de 95% dos alunos tinham acesso a aparelhos de celular”, aponta Guilherme.

Os jovens queriam uma navegação atrativa para que o maior número de pessoas pudesse usá-lo. “O aplicativo tem abas, e nelas você pode ter acesso a várias configurações de acordo com as preferências do usuário. Pensamos em um aplicativo leve, bonito, em que você conseguisse acessar os conteúdos sem dificuldade” relata Suéli.

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Uma das etapas indispensáveis para o sucesso do projeto foi a consulta da turma toda. A equipe ia de sala em sala coletando opiniões dos colegas e sugestões para melhorar ainda mais a “cara” do aplicativo.

Com a aprovação da coordenação, os estudantes recorreram novamente ao curso de Redes de Computadores da escola: “A gente precisava de uma parceria para nos auxiliar nessa parte tecnológica. Foi aí que a gente pediu ajuda ao pessoal do curso de Redes, e eles aceitaram de muito bom grado!”, relata Suéli.

Participar para aprender

Luana Rios é professora orientadora do Be!Math e avalia que o projeto trouxe importantes conquistas para o processo de ensino e aprendizagem da matemática. “Ao acompanhar o desenvolvimento das ações do projeto, observei o interesse dos alunos em usar o aplicativo. Eles queriam baixar, experimentar, fazer o cadastro. Os materiais disponíveis ali eram mais atrativos do que uma lista de exercícios ou uma explanação oral dos conteúdos”, pontua.

O projeto recebeu menção honrosa no Desafio Criativos da Escola 2019 e promete ainda mais novidades para os próximos meses. No momento, o aplicativo está em fase de testes e foi disponibilizado apenas para a comunidade escolar. No futuro, a ideia é disponibilizá-lo também no Google Play para ter um alcance maior. O objetivo dos estudantes é finalizar a edição dos vídeos gravados e produzir ainda mais conteúdos para o aplicativo.

 

Redação: Laura Fontana Novo
Edição: Helisa Ignácio
Imagens: Divulgação

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