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Jovens promovem cultura e tradições de cidade maranhense

Temas

  • educação
  • arte e cultura
Foto de quatro jovens brancas em uma selfie em um ambiente externo e arborizado. Todas tem cabelos lisos e compridos.

Formosa de Serra Negra - MA

Ano de Inscrição: 2020

status Premiado

ODS

18/10/2021 - Por Helisa Ignácio

Alunas organizaram projeto para promover socialização virtual entre estudantes e compartilhar cultura e tradições de Formosa de Serra Negra.

Fazendo fronteira com mais sete municípios, entre eles Grajaú, do qual foi desmembrada em 1994, Formosa da Serra Negra é uma cidade ainda muito nova. Porém, é rica em tradições e histórias antigas de quem se criou no interior do estado do Maranhão. Pensando em resgatar toda essa cultura carregada de elementos como o forró, bumba meu boi, a culinária típica e a arte em suas mais variadas pinturas e formas, foi que quatro estudantes do Colégio Estadual Antônio Sirley de Arruda se juntaram e formaram as Desbravadoras de Ideias Desconhecidas. A iniciativa foi premiada na última edição do Desafio Criativos da Escola.

A ideia das adolescentes era de se unir para resgatar a história, a cultura e as tradições locais nos chamados Retiros Culturais. O propósito inicial era uma feira quinzenal, em que os moradores da cidade pudessem participar ativamente na produção das atividades.

Com a pandemia de covid-19, no entanto, as integrantes do projeto Bianca Brito de 18 anos, e Ana Flayra, Wevila Arruda e Synara Kananda, de 17 anos, tiveram que mudar o rumo das iniciativas. E, assim, com o apoio do corpo docente, coordenação e direção da escola, além de musicistas e lideranças estudantis, as estudantes realizaram o proposto com algumas adaptações para o contexto.

Do presencial ao virtual: reinventando a socialização 

A feira Retiros Culturais, cujo nome também traz a ideia de descanso para a mente dos estudantes, que enfrentam rotinas, por vezes, cansativas nas escolas, acabou migrando para o mundo virtual. Foi criado, então, um perfil no Instagram para divulgar as ações do projeto, que manteve o intuito inicial: desenvolver atividades extracurriculares, além da buscar e conhecer novos talentos entre os habitantes de Formosa de Serra Negra.

“O momento de desenvolver a ação passava por muitas etapas. Criar um roteiro, escolher a pessoa [que iria se apresentar], organizar o dia. Era um sentimento de responsabilidade que, até então, não tínhamos”, comenta Bianca Brito. A estudante ressalta ainda que, ao mesmo tempo que a construção era trabalhosa, os encontros faziam os esforços valerem a pena.

Para Ana Flayra, com o isolamento social exigido pelo momento em que o projeto estava se desenvolvendo, um dos maiores ganhos foi a socialização entre os alunos formosserranegrenses, que ao acompanharem o projeto pelas redes sociais, de alguma forma, se conectaram.

A pandemia acabou dificultando bastante o desenvolvimento das nossas ações. E o fato de conhecer novos talentos e divulgar isso foi a parte boa que o projeto trouxe em um momento tão difícil que vivemos.

disse a estudante Ana.

As alunas que captaram imagens, criaram roteiros e direções para a produção do conteúdo que é publicado. Mesmo com o uso de máscaras e distanciamento social, os vídeos cumpriram seu objetivo de compartilhar a cultura local e conhecer talentos. E mais do que isso, puderam proporcionar afeto às pessoas.

Multiplicando as ideias e descobrindo novas habilidades

Os impactos da pandemia no processo de aprendizado dos estudantes também foram preocupações da professora de História e orientadora do projeto Luisa de Sousa Neta, de 41 anos. A educadora compartilha que todo o corpo docente da escola ficou aflito, pois há uma grande quantidade de novos alunos da zona rural que não têm acesso a internet e, em alguns casos, falta até energia elétrica. 

Segundo Luisa, as aulas acontecem na sede escolar que fica na cidade, e ainda existem cinco anexos no sertão. Ou seja, cinco salas fora da cidade, chegando até a 50 km do polo principal. “Ficamos muito preocupados. Como é que a gente ia alcançar todos esses alunos?”

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E é porque o projeto está dando tão certo que a professora não descarta a possibilidade de continuar mesmo com a formatura das alunas que o desenvolvem: “Vamos continuar com o projeto, principalmente, porque, agora, eu vou expandi-lo para os nossos anexos e vamos descobrir novos talentos, novas ideias e novos alunos com habilidades”.

Mais empatia, respeito e trabalho em equipe

“Mesmo quando se é amigo próximo, é difícil juntar quatro pessoas e coincidirem as ideias”, foi o que disse a Bianca sobre o seu trabalho com as outras integrantes de seu grupo. Desafio esse que foi vencido com maestria e em equipe. Segundo ela, houve discussões, “mas sempre nos resolvemos e tentamos por nossas ideias em conjunto”. 

Também integrante do grupo, Wevila alertou para resultados ainda mais expressivos: “O trabalho em equipe, parceria e a responsabilidade foram bem desenvolvidas ao trabalhar nesse projeto”.

Para a jovem que pretende cursar Medicina, além do principal objetivo do projeto, que era trazer de volta o sentimento de pertencimento à cidade por meio da cultura e dos talentos, aprender a gerir um projeto em equipe despertou, nas estudantes, ainda mais empatia e respeito.

Clique aqui e conheça o perfil da iniciativa no Instagram!

Redação: Debora Castro
Edição: Helisa Ignácio

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