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Transformação pela robótica

Temas

  • ciência e tecnologia
  • educação

Manaus - AM

Ano de Inscrição: 2017

status Finalista

ODS

05/07/2018 - Por Criativos

Alunos de Manaus (AM) criam oficina que aproximou a escola da comunidade e conquistou resultado inédito em competição internacional.

A transformação vivida pela Escola Municipal Jorge de Resende Sobrinho, de Manaus (AM), foi parar no uniforme do 9º ano do Ensino Fundamental: o símbolo do colégio agora é acompanhando da frase “não importa de onde viemos e sim onde queremos chegar”. O lema, escolhido pelos próprios estudantes, reflete as mudanças provocadas por um projeto de robótica na escola, que incentivou a busca por boas notas pelos alunos, aproximou os moradores da região e levou estudantes a participarem de uma competição internacional.

“A robótica foi um mundo novo que descobri”, conta a ex-aluna do colégio, Laís Sampaio da Silva, de 16 anos, que agora cursa o segundo ano do Ensino Médio, no curso técnico em mecatrônica do Instituto Federal do Amazonas (IFAM), área que conheceu devido à oficina de robótica durante o Ensino Fundamental. “Na robótica aprendemos sobre temas acadêmicos, como ciência e matemática, mas também sobre a vida, pois é preciso trabalhar em equipe”, diz.

cinco-jovens-posam-para-foto-em-frente-a-monumentoAs oficinas surgiram da vontade de alguns estudantes de participar do torneio internacional de robótica First Lego League (FLL), voltado para jovens de 9 a 16 anos. Em 2015, com apoio do diretor da Escola Municipal, Oswaldo Fernandes, os alunos compraram um kit de robótica. O torneio, cujas etapas regionais são mediadas pelo Serviço Social da Indústria (SESI), propõe um tema anual para os alunos pensarem em soluções por meio da tecnologia.

Em 2016, diante do tema “Aliados dos animais”, os alunos fizeram pesquisas de campo na Universidade Federal do Amazonas e descobriram que o sauim-de-coleira, um sagui típico da região, está ameaçado de extinção. Notaram também que poucos moradores de Manaus conheciam os hábitos desse animal. “Tivemos a ideia de criar um jogo sobre a vida do sauim-de-coleira para conscientizar crianças, de forma lúdica, para que elas pudessem levar a mensagem também aos adultos”, conta Laís.

Depois de vencer as etapas regional e nacional – com apoio dos moradores do entorno da escola com um bingo que custeou as viagens dos alunos – o time se classificou para disputar a etapa internacional da competição, na Dinamarca, em maio de 2017. Foi a primeira vez que uma escola da região Norte do Brasil participou de um torneio internacional de robótica. Os alunos ficaram na 34ª colocação entre 118 equipes do mundo todo.

“O melhor resultado é que eles levantam a cabeça para falar que fazem parte da escola”, observa Oswaldo Fernandes, gestor da instituição. “No começo, o projeto tinha apenas 13 alunos, no ano seguinte, 23; e hoje estamos com 118 estudantes no curso de robótica”, conta.

As oficinas acontecem no contraturno e são mediadas por Fernandes, conjuntamente com a professora Grasielle Gomes, de português e o professor Jacson Levy, de matemática. Alunos a partir do 6º ano do Ensino Fundamental e com média acima de 8,0 podem se inscrever.

 

Pesquisar para aprender

“Sou professora de língua portuguesa e o professor Oswaldo é originalmente da área de Educaçãogrupo-de-jovens-e-profesor-posam-para-a-foto Física”, conta a professora Grasielle. “Nosso trabalho é dar suporte aos jovens para que busquem as soluções para os problemas que são apresentados. Fazemos a mediação entre os alunos, a informação e o material tecnológico que eles trabalham”, diz.  Os alunos acabam sendo os próprios especialistas, que participam ativamente da busca por respostas para entender o funcionamento dos robôs.

Em 2018, a competição First Lego League (FLL) teve como tema a importância da água. “Fizemos uma roda e começamos a escrever as ideias de todo mundo e, a partir disso, fomos pesquisar o que já existia”, conta a aluna do 8º ano do Ensino Fundamental, Maria Eduarda Nascimento, de 13 anos. “O projeto escolhido foi um SmartCup, um copo inteligente desenvolvido pela turma que, sabendo o peso e a idade de uma pessoa, avisa a quantidade de água que ela precisa beber por dia para não ficar desidratada”, explica. Maria Eduarda participa da oficina há 3 anos e quer aprofundar seus estudos na área de controle e automação, por causa da afinidade que descobriu com a robótica.

 

Tecnologia contra a violência

“A escola deixou de gerar tantas preocupações – com seis furtos e invasões no primeiro semestre de 2015 – e é agora um orgulho para o bairro de Tancredo Neves”, lembra o diretor Oswaldo Fernandes. Segundo ele, a relação da instituição com o bairro é muito importante. “Abrimos os muros da escola e não tivemos mais furtos nos últimos 3 anos”, confirma.

“A escola passou a fazer eventos para que a gente pudesse mostrar os projetos de robótica para o bairro. As pessoas fizeram até rifas para ajudar os alunos nas competições fora da cidade”, lembra a ex-aluna Laís. “A escola era mal vista na região, hoje ela está limpa e organizada”, comemora Maria Eduarda.

 

 

Você conhece um projeto protagonizado por crianças e jovens que está transformando a escola e a comunidade?

As inscrições para o Desafio Criativos da Escola 2018 vão até o dia 1 de outubro de 2018. Clique aqui, confira o regulamento e inscreva-se!

Redação:  Júlia Matravolgyi
Edição: Laura Leal
Imagens: Divulgação

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