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Seis estudantes, uma moradora e uma criança estão em frente a uma casa de taipa e posam sorrindo para a foto

Cascavel - CE

Ano de Inscrição: 2016

ODS

13/07/2017 - Por Criativos

Estudantes de Cascavel (CE) desenvolvem “tijolos sustentáveis” e combatem Doença de Chagas em comunidades do município.

Com materiais como borracha, terra, raspas de madeira, fibras de vidro e de coco, estudantes do 1º e 3º ano do ensino médio da E.E.M Ronaldo Caminha Barbosa criaram pisos e blocos de “tijolo sustentável” com o objetivo de melhorar as condições de saúde da população de Cascavel (CE). Voltado para comunidades em que há grande quantidade de casas feitas de taipa, ou pau-a-pique, o projeto SOS Casa pretende, entre outras coisas, diminuir a incidência da Doença de Chagas no município, causada pelo inseto barbeiro, muito presente neste tipo de habitação. soscasa6

“O projeto não só resolve a questão das moradias, mas também da preservação do meio ambiente pela reutilização dos resíduos”, defende a estudante Cássia Xavier. Além de evitar a proliferação do inseto transmissor da doença, os materiais desenvolvidos garantem um maior conforto térmico e estrutural para as casas por serem resistentes a impactos de até 1.000kg, a ataque ácido e básico e terem impermeabilidade de 98%, conforme foi comprovado por estudos feitos pelo grupo.

Por meio da iniciativa, segundo a professora orientadora do projeto Joseline Nascimento, o grupo já auxiliou na melhoria de 12 casas da região. No ano passado, o projeto ganhou o primeiro lugar no concurso e mostra científica “Ceará Faz Ciência”. (Conheça a página do Projeto SOS Casa no Facebook).

Um novo modelo de habitação

Foi na aula de biologia, em um debate sobre as doenças mais comuns nas regiões norte e nordeste do Brasil, que um grupo de estudantes se voltou para a questão das moradias de taipas e os riscos desse tipo de habitação para a saúde dos moradores da cidade. “Vários alunos passam por casas de pau-a-pique no caminho para a escola ou vivem nessas condições, então eles decidiram pensar em uma solução para o problema”, relembra a educadora Joseline. De acordo com o Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 90 mil famílias cearenses ainda viviam em casas de taipa.

soscasa2Para dar início ao projeto, os estudantes realizaram pesquisa bibliográfica, fizeram análises estruturais das casas de taipa, mapearam as doenças comuns em moradores destes locais e conversaram com a comunidade afetada pelo problema. “As pessoas nos contam sobre diversos desafios e é muito gratificante poder contribuir para a solução de pelo menos um deles”, avalia o estudante Davison Reno. E completa: “eu já morei [em uma casa de pau-a-pique] e sei da dificuldade que essas pessoas estão passando e dos perigos da convivência com os parasitas”.

“Nós demos palestras sobre a construção e aplicação dos blocos para que os próprios moradores pudessem aprender a fazer as adaptações das casas”, conta a aluna Cássia. Para formar o produto, os alunos dissolvem os materiais, adicionam água e areia, colocam o composto em um molde de madeira e esperam de 7 a 14 dias para secagem. Após esse processo, são realizados testes de qualidade e, então, os blocos são disponibilizados para uso. Segundo a estudante, todo o processo é realizado de acordo com as recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Em busca de apoio

Apesar de ser um material criado para a substituição dos pisos das residências, os alunos descobriram que a matéria prima poderia ser moldada e adaptada conforme as necessidades das moradias. “Começamos fazendo as intervenções nos pisos, mas muitas casas possuem buracos nas paredes, então decidimos fazer esses reparos também”, lembra Cássia. soscasa5

O projeto está ativo desde março de 2016 e atingiu moradias de três comunidades de Cascavel, sendo que mais de 30 casas já estão catalogadas em uma fila de espera para a realização de reparos. “O impacto é muito grande na sociedade em relação à habitação alternativa e são os próprios alunos que estão promovendo isso”, orgulha-se Joseline.

Apesar da grande demanda, os jovens seguem em busca de apoio e de recursos financeiros para continuar com as ações do SOS Casa. “Nesta segunda etapa do projeto, queremos alertar o poder público para a questão das casas de taipa e aprimorar o nosso produto para poder construir moradias inteiras com o material”, conta Cássia.

 

Redação: Vanessa Ribeiro

Edição: Gabriel Maia Salgado

Imagens: Divulgação

 

 

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