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Ei, professor(a): o que te levou a ser educador(a)?

12/03/2021 - Por Helisa Ignácio

Professores da rede municipal de ensino da cidade São Paulo compartilham suas inspirações  para seguirem na carreira da educação

Certa vez, o educador italiano Loris Malaguzzi, criador da abordagem Reggio Emilia, foi  questionado sobre o que o levou a dedicar uma vida inteira à educação. Como resposta, o fundador da metodologia que se baseia nos princípios de uma escola sem muros construída coletivamente pela comunidade e que exalta as potencialidades dos estudantes afirmou que: “Existem algumas escolhas que você sabe que ocorrerão apenas quando elas já estão por explodir. Mas existem outras opções que se insinuam em você e se tornam aparentes com uma espécie de leveza obstinada, que parecem ter crescido lentamente durante os acontecimentos de sua vida”.

Esta “leveza obstinada” possibilitou a criação de tal abordagem que contempla o protagonismo infanto-juvenil, a pedagogia da escuta, o pensamento crítico, arte e documentação pedagógica. E como será que esse sentimento toca educadoras e educadores em suas práticas na educação pública brasileira?

Depois de realizar a formação “Práticas para fortalecer o protagonismo infanto-juvenil nas escolas”, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação da cidade de São Paulo, o Criativos da Escola se deparou com uma série depoimentos inspiradores sobre o que levou educadoras e educadores da rede municipal de ensino a seguirem a carreira.

Ao longo do curso, que foi ministrado no segundo semestre de 2020, os profissionais puderam trocar experiências e aprenderam novas formas para encorajar e mobilizar as crianças e os adolescentes a transformarem suas realidades. As trocas renderam reflexões profundas sobre as trajetórias dos participantes na educação.

Confira abaixo, um pouquinho dos depoimentos incríveis que os educadores compartilharam com a gente!

Afinal, o que te levou a ser educador(a)?

Retomando a pergunta feita a Malaguzzi para a professora Renata Romero, tudo fez sentido quando ela estava na sala de aula: “A vida me levou para a educação, mas me tornei professora quando senti um arrepio no corpo e uma palpitação no coração ao ver as crianças se encantando em aprender, percebendo que podem e são capazes de serem o que quiserem. Sinto esse arrepio até hoje”.

As falas recebidas pela equipe do Criativos da Escola indicam ainda que muitos dos participantes optaram por seguir o caminho da educação por vocação. Outros, por um desejo imenso de transformar realidades.

Foto com 5 pessoas sentadas e olhando para a câmera. Há uma mulher adulta, e 4 adolescentes - 2 meninos e 2 meninas.

Estudantes do projeto Da Escola para o Mundo (BA) com a professora Lourdes Ramos. – Foto: Criativos da Escola

Alguns educadores se inspiraram em professores especiais que tiveram ao longo da vida escolar, enquanto outros se tornaram professores justamente para serem diferentes das pessoas que os ensinaram quando crianças. Porém, há, também, um grupo expressivo de educadores que nunca sonharam em trabalhar em sala de aula, mas que acabaram seguindo esse caminho por falta de opção, e descobriram, na prática com os estudantes, a preciosidade que é ensinar, trocar e aprender com as crianças e os adolescentes. 

Esta é a história da professora Lucimara. “Nem sempre foi fácil, a docência não veio como um dom, um chamado, veio como a opção que tinha naquele momento para mim […] Me tornei educadora pela prática, aprendo todos os dias o caminho do educar, mas também do aprender e do escutar. E hoje sei que estou onde, mesmo que inconscientemente, sempre quis estar”, reconhece.

Uma escola que acolhe desperta e encontra sonhos

“A escola sempre foi para mim um refúgio, um aconchego, um lugar onde eu me sentia importante, onde via minhas habilidades valorizadas e sentia esperança em uma vida melhor. Onde eu me esquecia dos problemas familiares e das dificuldades da vida”. É o que traz a educadora Vanessa Dias que decidiu continuar fazendo do ambiente escolar um espaço de escuta, reconhecimento, afeto e acolhimento para os estudantes.

+ Veja também: É preciso estar próximo para que os alunos não saiam da escola

Tiveram professores, como Marcos Henrique e Mônica, que se tornaram educadores por causa do desejo de apresentar novas perspectivas de vida às crianças e adolescentes. Para Marcos, a educação é uma forma de “oportunizar transformações na vida das pessoas”.

Enquanto para Mônica, é uma forma de compartilhar sonhos de mudança: “Há 23 anos, eu ingressei na rede municipal em uma área de ocupação no extremo da zona leste de São Paulo. Ali, moravam pessoas que haviam chegado do Nordeste, cheias de sonhos. Os sonhos delas se encontraram com os meus”, compartilha a educadora.

Ser professor: impulso ardente ou leveza obstinada?

Muitos foram os motivos que levaram os professores a seguirem o caminho da educação. Os depoimentos evidenciam essa variedade de trajetórias e de perspectivas relacionadas ao ensinar e aprender.

Seja pelo impulso ardente ou pela leveza obstinada, todos aqueles que se entregam ao mundo da educação merecem, mais do que nunca, nosso respeito e reconhecimento! 

E você, o que te levou a ser educador(a)?

Redação: Laura Fontana
Edição: Helisa Ignácio

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