Alunos de Campo Grande (MS) criam amassador de garrafas pet para auxiliar o trabalho de catadores de materiais recicláveis
Confeccionado apenas com pedaços de canos e um cabo de vassoura, uma invenção de estudantes do 7º ano do ensino fundamental da Escola do Sesi de Campo Grande (MS) está contribuindo com a melhoria das condições de trabalho dos catadores de materiais recicláveis da cidade.
Para otimizar seu serviço e reduzir os resíduos deixados nas ruas do município, os estudantes criaram um amassador portátil que diminui o tamanho das garrafas pet em até quatro vezes. A iniciativa que criou o objeto chamado de “Urupet” foi uma das premiadas na última edição do Desafio Criativos da Escola. (Clique aqui e veja como foi a premiação do Desafio Criativos da Escola 2016).
O objetivo dos alunos é fazer com que o Urupet chegue a todos os catadores da região. Os estudantes agora atuam na entrega do equipamento aos trabalhadores, ensinando-os, também, a montar seu próprio instrumento.
A descoberta de uma solução
Em uma conversa na sala de aula, os alunos começaram a falar sobre os maiores problemas da sociedade e como poderiam contribuir para sua resolução. O tema que mais despertou a atenção de toda a turma foi o da degradação ambiental ocorrida com o descarte irregular de resíduos sólidos nas ruas. “Nós queríamos encontrar uma solução para o lixo. Então percebemos que o papel do catador é muito importante na sociedade, porque é ele quem faz a reciclagem”, lembra a estudante Camila de Morais.

Projeto Urupet
A partir de entrevistas com os catadores, os alunos detectaram qual seria o problema que mais dificultava seu trabalho: o grande volume das garrafas pet que os obriga a realizar diversas viagens a um mesmo local para coletar todos os materiais de uma só região. “Pensamos que amassando garrafa iria ter menos volume e eles teriam que fazer menos viagens”, conta Camila. Entendendo a relevância do trabalho dos catadores para a sociedade, os integrantes do grupo se dividiram em grupos para montar protótipos que ajudassem os catadores na tarefa.
Após criarem quatro protótipos diferentes e fazerem diversos testes, os alunos chegaram ao modelo final do instrumento, batizado de “Urupet”. Segundo o aluno Pedro Rocha, “os amassadores que existem por aí são chumbados na parede”. Já o criado por eles, “é portátil e leve”.
Camila destaca, também, a importância da invenção para a conquista de uma sociedade mais sustentável: “reduzindo o volume de garrafas pet podemos diminuir também os problemas ambientais”. “Se uma garrafa vai para o esgoto, pode causar inundações. Estamos ajudando o meio ambiente e diminuindo as poluições e o risco de dengue também”, completa.
Compartilhando a invenção
Após construírem a engenhoca, os estudantes a distribuíram para catadores nas ruas próximas à escola e também para os que trabalham em uma usina de reciclagem com o objetivo de avaliar seu funcionamento. Segundo o grupo, 100% dos catadores aprovaram o Urupet.
“A gente quer mesmo é ensinar eles para que possam construir seus próprios Urupets”, sonha Pedro. Hoje, o grupo planeja formas de colocar o produto à disposição de todos os catadores da cidade, o mais breve possível e sem custos.

Projeto Urupet
Diante das pesquisas e da realização do projeto, a estudante Ana Carolina Xavier opina sobre a preservação do meio em que vivemos. “Cada pessoa deveria reciclar seu lixo, fazer a coleta seletiva em sua casa. É o mundo onde vivemos, a gente depende da natureza e desse mundo para viver”, conclui.
Redação: Vanessa Ribeiro
Edição: Gabriel Maia Salgado