Criativos da Escola | Jovens da BA estão incentivando a presença das mulheres na vida política
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Jovens da BA estão incentivando a presença das mulheres na vida política

Temas

  • cidadania e direitos humanos
  • gênero e sexualidade
  • mobilização comunitária
Montagem com a foto de três adolescentes: duas meninas de cabelos lisos e blusas coloridas. E um menino de cabelos curtos e cacheados. Todos olham para a câmera.

Brumado - BA

Ano de Inscrição: 2020

status Premiado

ODS

13/08/2021 - Por Helisa Ignácio

Iniciativa entrevistou mulheres que participam ou que já participaram da esfera política em Brumado (BA) e mantém, hoje, perfil atualizado com informações sobre gênero e política no Brasil. 

Nos últimos anos, a presença de mulheres nos espaços políticos cresceu. Segundo pesquisa Eleitas: Mulheres da Política, do Instituto Update, das eleições de 2014 até as de 2018, houve um aumento de 38% da presença das mulheres nas assembleias legislativas; e houve, também, maior ocupação na Câmara dos Deputados. Este crescente, embora desejado, ainda está longe do ideal. Políticas como a vereadora Erika Hilton (PSOL-SP) ou a prefeita Marília Campos (PT/Contagem – MG) ainda são casos raros em um sistema político que não representa 54% de sua população. 

Na cidade de Brumado (BA), o cenário não é diferente: nenhuma mulher disputou a prefeitura da cidade, e havia apenas uma atuando como vice de um candidato. Na câmara dos vereadores, as mulheres também estão em menor número. Tanto o cenário particular da cidade como a questão de gênero na política nacional foram temas que despertaram o interesse de um grupo de jovens do município.

Estudantes do ensino fundamental II da Escola Municipal Miguel Mirante resolveram pesquisar a história da mulher na política brasileira a partir de sua realidade local e disponibilizar estas informações no projeto A (in)visibilidade da Mulher na Política do Alto Sertão Baiano. A iniciativa foi uma das 50 premiadas da sexta edição do Desafio Criativos da Escola.

 
 
 
 
 
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“Sabíamos que as eleições municipais de 2020 estavam se aproximando, e notamos a grande desigualdade da disputa eleitoral entre homens e mulheres. Mesmo as mulheres que participam estão longe de serem protagonistas, e muitas vezes, são representadas por partidos de pouca repercussão ou para cumprir a cota de 30% exigida por lei”, comenta Marcela Alves, de 15 anos. 

Para divulgar as informações coletadas durante os meses de pesquisa, os jovens utilizaram o que tinham à sua disposição no momento da pandemia: as redes sociais. O projeto, que também conta com os estudantes Weslei Lima da Silva (15 anos) e Sabrina Santos (15 anos), funciona em uma página de Instagram e traz publicações sobre a história de mulheres proeminentes na política e outros conteúdos relacionados ao tema. 

Quem são as candidatas do nosso território?

A perspectiva territorial guiou o trabalho do grupo de jovens. A equipe entrevistou, pelo Whatsapp, mulheres atuantes na política de Brumado e, também, aquelas que fizeram parte do poder público do território. Não foi uma tarefa simples: os estudantes não tinham experiência com entrevistas, e tiveram que aprender na prática. 

“Entrevistamos mulheres que estavam e não estavam disputando nas eleições, e elas falaram sobre as histórias delas e como elas ainda não são totalmente aceitas por causa do machismo e patriarcado. As histórias de vida delas contribuíram muito para nosso aprendizado”, detalha Sabrina.

Para conseguirem não só decupar as informações oferecidas pelas representantes políticas, como também aprender sobre temas como sistema de justiça eleitoral e como funcionam instâncias de governança, o grupo contou com a orientação e o apoio do professor Cremilton Santana, que leciona Português e Inglês na escola. 

“O meu papel foi de orientar e de escutar, ajudando-os a escolher o que seria interessante ou não compartilhar nas redes sociais. Meu papel foi também de fornecer fontes de pesquisa confiáveis sobre política, o que nem sempre é fácil de encontrar”, explica o educador. 

Política é espaço para mulheres e adolescentes, sim!

Para as entrevistadas, que sempre sofreram com a invisibilidade de suas agendas e pautas até na própria mídia, a iniciativa A (in)visibilidade da Mulher no Alto Sertão da Bahia é louvável, e pode potencializar a discussão sobre gênero e política de um jeito inovador. “Uma das mulheres políticas entrevistadas nos contou que ela estava muito feliz de ver adolescentes apoiando o movimento de mais mulheres na política, se interessando pelo assunto”, complementa Marcela.

O grupo planeja, no futuro, fazer um e-book sobre mulheres na política. 

Para Sabrina, o projeto também diz muito de como os jovens pensam que deveriam ser participação social na política brasileira, mais igualitária e diversa: “Quando lutamos pela igualdade, todo mundo compartilha seus conhecimentos e sua história de vida para formar a sociedade. Tem que ter aquela mistura de identidade, precisa de um pouquinho de cada.”

 

Redação: Cecília Garcia
Edição: Helisa Ignácio

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