Com produções multimídia, alunos de Goiânia (GO) promovem maior envolvimento entre a comunidade escolar.
“Antes eu não prestava muita atenção nas aulas, depois do meu envolvimento com o projeto percebi que melhorei muito”, conta a estudante Jordana Pires que, junto com seus colegas da Escola Municipal de Tempo Integral Mônica de Castro Carneiro, de Goiânia (GO), está transformando o ambiente escolar em um espaço mais divertido e acolhedor a partir da produção de animações e curtas-metragens.
O projeto “1,2,3 Filmando!” conta com alunos de diferentes turmas do 4º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Desde as ideias iniciais até as filmagens, todo o processo é elaborado pelos próprios estudantes. Com o objetivo de inspirar outros jovens, o grupo visita escolas da região para exibir os filmes e conversar sobre os detalhes da elaboração.
Registrando a própria história
O “1,2,3 Filmando!” nasceu em 2014, quando a escola passou a funcionar em período integral. A sala de informática do local estava desativada e logo surgiu a ideia de montar um espaço multimídia.
Segundo o professor coordenador do projeto Yves de Sousa, a demanda dos alunos por novas práticas no contexto escolar fez com que os estudantes se apropriassem da iniciativa desde o início. “Temos uma aula a cada duas semanas, eles mesmos se organizam para fazer tudo de forma muito espontânea e isso é muito estimulante”, conta.
Além do engajamento, a autoconfiança é um dos destaques gerados pelo projeto. “Eu aprendi a fazer stop motion, videoblog e filmar, antes, jamais imaginaria conseguir criar essas coisas”, revela a estudante Jordana Pires. (Confira os vídeos produzidos pelos estudantes).
Para produzir um vídeo, os estudantes fazem primeiro um levantamento dos recursos técnicos disponíveis, conversam sobre os temas a serem abordados e escrevem o roteiro. Em seguida, escolhem os personagens, cenários, figurinos, realizam ensaios e por último fazem as filmagens, e tudo isso sem deixar a diversão de lado. “Em vários momentos, quando estamos filmando, começamos a rir muito das falas que colocamos no roteiro, todo mundo acha engraçado e faz piadinhas”, conta a aluna Eduarda.
Até os professores e as merendeiras já participaram de algumas produções. Yves defende que as ações colaboram para um maior envolvimento entre os membros da comunidade escolar. “Os alunos se colocam no lugar do outro e isso amplia a visão deles sobre o mundo, os temas acabam deixando de ser algo alheio a eles”, comenta.
Entre as diversas produções, Eduarda comemora a possibilidade de experimentação nas diferentes áreas. “Descobri que para mim é muito difícil pensar em roteiros, mas eu gosto de atuar e me dou muito bem nessa parte”, revela. Os temas explorados pelo grupo vão desde meio ambiente, mobilidade até empoderamento feminino e bullying. Atualmente, o grupo se prepara para participar de eventos sobre educação e cultura que irão acontecer em setembro deste ano em Goiânia.
Redação: Vanessa Ribeiro
Edição: Laura Leal
Imagens: Divulgação
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