Os 11 grupos premiados no Desafio Criativos da Escola 2018 vivenciaram experiência que valorizou o protagonismo, a empatia e o trabalho coletivo em Fortaleza/CE.
Gratidão. Esse foi o sentimento trazido pela maioria dos estudantes que participaram do Desafio 2018 em Fortaleza no início de dezembro.
Foram quatro dias intensos de muitas trocas. A brincadeira, a criatividade, a potência, a emoção e o afeto marcaram o grupo de projetos premiados no Desafio Criativos da Escola 2018.
Vindos de nove estados das cinco regiões brasileiras, os três alunos e um professor de cada uma das 11 iniciativas escolhidas se juntaram para criar uma grande performance que dialogava com a realidade escolar e social de onde vinham. Confira abaixo o vídeo-performance, resultado do trabalho dos estudantes:
O entrosamento e dedicação culminaram em uma cerimônia de premiação emocionante na qual os próprios estudantes compartilharam suas criações no auditório do Teatro Carlos Câmara na capital cearense, na manhã da terça-feira (04/12). Você pode ver um pouco sobre o que rolou lá no nosso perfil do Instagram (@criativosdaescola) ou mesmo a íntegra da cerimônia em nosso canal de YouTube.
Sob a condução sensível do poeta André Gravatá, além dos 11 grupos selecionados deste ano, o evento contou com a participação de estudantes dos anos anteriores do Desafio Criativos da Escola. Participaram os estudantes cearenses Charles Miller do projeto “O jovem explorador e o Ecomuseu”, de Pocoti (CE), premiado em 2015; Miguel Moura da iniciativa “Cruzando o sertão de Mata Branca: a caatinga”, de Iguatu, selecionado em 2016; Darcya Hellen do projeto “Tenda Móvel”, de Mulungu, também premiado em 2016; e Gabriel Lima, um dos integrantes do projeto “Ecofossa: o uso da fibra do coco na construção de fossas ecológicas”, de Beberibe e que foi selecionado em 2017.
#Criativos2018: inspire-se com os premiados!
Os grupos premiados foram escolhidos entre 1654 projetos inscritos e se destacaram por seu potencial de transformação social, empatia, trabalho coletivo, criatividade e protagonismo. Confira abaixo as animações em vídeo de cada uma das iniciativas selecionadas.
• A TV Degase e o Na Pista
Estudantes do 7°ano do ensino fundamental, do 1º e do 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual Candeia e do Colégio Estadual Luiza Mahin / Rio de Janeiro (RJ)
No contexto de privação de liberdade, como se constrói a identidade de meninos e meninas? A partir destas inquietações é que dois educadores realizaram uma oficina de fotografia e provocaram os jovens a eles próprios construírem um processo de resgate de sua individualidade.
• Apoio à recuperação ambiental
Estudantes do 2º e do 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual Delmiro de Miranda Britto / Canindé de São Francisco (SE)
Alunas que são moradoras de uma comunidade rural agrícola perceberam o problema causado pela falta de água. Ao mesmo tempo, na escola, as estudantes ouviam com frequência reclamações dos colegas tanto sobre a dificuldade de respirar com o tempo seco da região, quanto pela falta de hortaliças frescas para comer na merenda escolar.
• BanCoP: o banco comunitário de Pindoretama
Estudantes do 1°, 2° e 3° ano do ensino médio da E. E. M. Julia Alenquer Fontenele / Pindoretama (CE)
O município de Pindoretama não tem indústria nem empresa de grande porte. Quando as pessoas precisam tirar dinheiro no banco, precisam ir para a cidade vizinha, pois o único banco de Pindoretama não oferece esse serviço. Foi nesse contexto que os jovens se perguntaram: o que fazer para contribuir com a economia do município?
• Cabelo, autoestima e construção da identidade da menina negra
Estudantes do 6º e do 8º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Professora Leila Mara Avelino / Sumaré (SP)
Um grupo de três alunas não se sentia contemplado com os conteúdos expostos em sala de aula sobre cultura africana e afro-brasileira. Práticas racistas continuavam acontecendo, principalmente a partir de “piadas” sobre seus cabelos. Para resolver o problema, as estudantes se mobilizaram para pesquisar o fenômeno e buscar soluções por meio de estudo e de ações concretas dentro e fora da escola.
• Centro de Pesquisa Continuada pela Igualdade de Gênero Nísia Floresta
Estudantes do 2° ano do ensino médio da E. E. E. P Professor José Augusto Torres / Senador Pompeu (CE)
Alunas sentiam na pele a naturalização de uma realidade que exclui as mulheres e que torna quase impossível que tenham as mesmas condições de vida que os homens. A vasta quantidade de casos de violência, a hiper sexualização do corpo feminino nos meios de comunicação e o fato desses assuntos não serem trabalhados no ensino médio motivaram as estudantes a criar um projeto que discutisse sobre a igualdade entre homens e mulheres.
• Cinezito: a educação através do cinema
Estudantes do 9º ano do ensino fundamental da EMEF Professor José Carlos Nicoleto Zito / São Paulo (SP)
A criação de canais de expressão e espaços de protagonismo eram demandas antigas dos alunos. Na mesma proporção eram as barreiras encontradas. Coletivamente, os estudantes decidiram criar uma alternativa para se comunicarem e darem vazão aos problemas vivenciados no contexto da sua comunidade.
• Escola e comunidade: vida e futuro
Estudantes do 1º e do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Vila Rica / Vila Rica (MT)
Por estar distante cerca de 45 quilômetros do centro urbano, os próprios moradores decidiram se aventurar na construção de uma escola – que é multiseriada – e lutam para a sua manutenção que, ano a ano, sofre ameaças. Dialogando com essa realidade, a coordenadora da escola provocou os estudantes: o que vocês podem fazer para valorizar esta conquista das famílias de vocês?
• Guarda-chuvas amarelos
Estudantes do 1°, do 2° e do 3° anos do ensino médio da Escola Estadual Frederico José Pedreira Neto / Palmas (TO)
Depressão, ansiedade, automutilação, solidão e tentativas de suicídio compõe uma triste realidade dos jovens e que sensibilizou um grupo de nove alunas do ensino médio. A partir da campanha de prevenção ao suicídio Setembro Amarelo, surgiu, então, a ideia de realizar ações estruturadas para um melhor atendimento aos seus colegas que precisam de ajuda durante todos os meses do ano.
• Minas na ciência
Estudantes do 3° ano do ensino médio do Colégio Estadual Aldemiro Vilas Boas / São Miguel das Matas (BA)
Apesar de serem a maioria da população, as mulheres estão pouco representadas na ciência. Foi a partir de uma observação da professora sobre a falta de visibilidade do trabalho de mulheres nas ciências que as alunas decidiram mudar este cenário.
• Tigre Branco: um aplicativo para salvar vidas
Estudantes do 8º e do 9º anos do ensino fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental 25 de Julho / Campo Bom (RS)
No início de 2017, foram noticiadas diversas tentativas de suicídio de crianças e jovens que utilizaram o jogo “Baleia Azul”. O aplicativo de celular, que foi criado na Rússia e se espalhou pelo mundo, propõe 50 desafios aos participantes, relacionados a práticas depressivas e auto-depreciativas. Preocupadas com seus colegas, três alunas decidiram se unir para pensar em alternativas que contribuíssem com a melhoria da autoestima e evitasse o isolamento social dos estudantes.
Destaque Parceria Votorantim pela Educação (PVE):
• Dicionário indígena ilustrativo: resgatando a língua Ofaié e Guarani
Estudantes do 6° ano do ensino fundamental da Escola Municipal Antônio Henrique Filho / Brasilândia (MS)
Alunos do povo indígena Ofaié enfrentam diferentes obstáculos ao estudar na escola. Após uma professora perguntar, em sala, sobre a língua de sua etnia, os estudantes nativos citaram algumas palavras das línguas Ofaié e Guarani – etnia que divide o território com os Ofaié. Foi rompida a invisibilidade até então dominante. Os colegas não indígenas quiseram aprender mais palavras e surgiu uma proposta: os estudantes poderiam contribuir para a sobrevivência da história e da língua de seu povo.