Alunas criam grupo de dança para combater a gordofobia em escola de Aripuanã (MT).
É possível fazer da dança um meio educativo para prevenir e combater o bullying sofrido por estudantes que estão acima do peso? Um grupo de alunas do 6º ano do ensino fundamental da Escola Municipal José Ary da Costa provou que sim! Dançar em conjunto possibilitou que as jovens perdessem a timidez e elevassem sua auto-estima.
De acordo com uma das alunas envolvidas no grupo de dança Jac Dance, (J-A-C se refere às iniciais do nome do colégio), Jhenifer Lopes, é graças ao projeto que hoje se sente mais enturmada: “antes éramos desrespeitadas pelos nossos colegas, mas agora somos mais conhecidas [na escola], ganhamos visibilidade”.
Reconhecendo a relevância da atuação do projeto, a Secretaria de Educação de Aripuanã resolveu custear uma reforma na sala usada para os ensaios, instalando ar condicionado e doando equipamentos de som. “A Secretaria viu a proporção do projeto e a importância do grupo”, orgulha-se uma das professoras responsáveis pela iniciativa, Regiane Cardoso.
No começo, as três meninas que criaram o Jac Dance traziam o equipamento de som de suas próprias casas e se reuniam aos finais de semana na escola para treinar. “Não tinha nem ventilador. Agora tem ar condicionado e até equipamento de som!”, conta a aluna Jhamilly, sobre o que seria o principal desafio que tiveram que enfrentar para manter o grupo.
Os caminhos da dança
Para a escolha das músicas a serem dançadas, de acordo com uma das professoras que abraçou a causa do Jac Dance, Regiane Dias, há um trabalho de pesquisa e investigação: para eleger uma canção, é preciso pensar no ritmo, na letra e no contexto histórico de sua composição. Costuma-se dar preferência a músicas que remetam ao cenário mato-grossensse, como é o caso do sertanejo raiz.
Esse ano, as alunas que fundaram o grupo deixaram a escola, já que a instituição oferece aulas apenas para estudantes que estejam cursando até o 6º ano do ensino fundamental, e as meninas já estão no 7º. Mesmo não estudando mais lá, as “veteranas” continuam frequentando os encontros de dança, que perdura graças a atuação das educadoras responsáveis e dos alunos e alunas mais novos que integram a atual composição do Jac Dance.
Redação: Luiza Cruz
Edição: Gabriel Maia Salgado
Imagens: Divulgação
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