Iniciativas de estudantes premiados na última edição do Desafio Criativos da Escola incentivam a equidade de gênero nas ciências, atuam pelo fim da pobreza menstrual e combatem a violência contra mulheres. Confira a lista!
Foi em 1975 que a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou o Dia Internacional da Mulher. Celebrada mundialmente em 8 de março, a data é um dos principais marcos da luta pela igualdade de gênero e para celebrar as conquistas políticas e sociais da mulher.
No Brasil, pipocam ações de crianças e adolescentes para atuar por uma realidade mais justa e igualitária para meninas e mulheres dentro e fora da sala de aula. Estudantes de todo o país têm feito projetos diversos seja para acabar com a pobreza menstrual, combater a violência de gênero e até para incentivar a maior participação de mulheres na ciência.
Pensando na importância da data, o Criativos da Escola selecionou nove projetos de estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio que estão agindo em suas escolas e comunidades. Confira!
A Violência Contra a Mulher: Entender para Combater
Um grupo de meninas do 9º ano da EMEF Presidente Getúlio Vargas, em Novo Hamburgo (RS), decidiu investigar como a comunidade escolar era impactada pela violência de gênero. Para isso, aplicaram um questionário que obteve a participação de 116 pessoas, entre alunas e mães.
A partir dos resultados, as jovens estão organizando rodas de conversa e materiais de conscientização sobre as múltiplas dimensões da violência contra as mulheres. Saiba mais sobre a iniciativa aqui!
CFE – Consciência Feminina na Escola
Desde 2019, um grupo de estudantes de São Paulo (SP) desenvolve ações para promover o debate sobre feminismo e autoestima feminina em suas escolas. E, assim, nasce o CFE – Consciência Feminina na Escola.
As jovens da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre José Pegoraro, da Escola Estadual Samuel Wainer, da Escola Técnica Estadual (ETEC) Irmã Agostina e da Escola Estadual Irmã Chalita produziram cartazes com mensagens de apoio e espalharam kits de higiene e beleza pelas escolas.
No ano passado, as estudantes realizaram uma grande intervenção na escola no Dia Internacional da Mulher e, com a chegada da pandemia, decidiram criar uma página no Instagram, na qual divulgaram um vídeo-manifesto entre muitas ações que vêm realizando. Entre em contato com o projeto e saiba mais aqui!
Conect@dos por Elas: combatendo a violência e compartilhando o respeito
Um grupo de estudantes de Campos dos Goytacazes (RJ) têm sensibilizado a comunidade sobre a importância do combate à violência contra a mulher.
Para isso, os alunos 2º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Nelson Pereira Rebel realizam pesquisas teóricas, debates, aplicam de questionários e fazem ações educativas que são divulgadas em redes sociais e espaços públicos. Confira a página da iniciativa em nosso Banco de Projetos.
MIC – Mulheres Inteligentes e Cientistas
Com o objetivo de acabar com o machismo na área de ciências, as alunas do Ensino Médio do Colégio Estadual Antonio Francisco Lisboa, que fica em Sarandi (PR), desenvolveram um aplicativo de celular que traz com curiosidades, biografias e artigos científicos desenvolvidos por mulheres.
Além de incentivar outras colegas a desenvolverem o pensamento científico, o MIC – Mulheres Inteligentes e Cientistas quer encorajar que mais meninas optem por carreiras historicamente preenchidas por homens. No canal do YouTube da iniciativa, há depoimentos com mulheres inspiradoras, confira:
Conheça também o perfil do Instagram e a página do grupo em nosso Banco de Projetos!
Mulheres na agricultura familiar de Itabira (MG)
No contexto da agricultura familiar, as mulheres costumam ser protagonistas na produção e comercialização de alimentos. Porém, esse trabalho ainda é pouco valorizado e não tem visibilidade.
Pensando nisso, um grupo de estudantes do 8º ano do Colégio Municipal Professora Didi Andrade tem criado ações, entre elas vídeos, para valorizar a participação das agricultoras e incentivar a compra de alimentos por elas produzidos pelas escolas do município. Confira abaixo:
Interessou, quer saber mais e apoiar? Entre em contato com grupo aqui!
Não se cale!
Estudantes da Escola Estadual Gilberto Giraldi, em Vargem Grande do Sul (SP), investigaram a incidência de casos de violência contra as mulheres no município por meio dos boletins de ocorrência da delegacia local. Posteriormente, realizaram um formulário sobre o tema destinado à comunidade escolar.
A partir dos resultados, o grupo do 2º ano do Ensino Médio criou o Não Se Cale, produzindo vídeos e cartazes e divulgando a campanha Sinal Vermelho em estabelecimentos da cidade. A campanha incentiva atendentes a acionarem a polícia caso vejam um “x” na palma da mão de uma mulher.
Os tabus impostos e a utilização de práticas sustentáveis no período menstrual
Estudantes do 1º ano da Escola de Referência em Ensino Médio Aura Sampaio Parente Muniz, localizada em Salgueiro (PE), querem desconstruir o tabu acerca da menstruação.
Por isso, estão criando ações para educar sobre o ciclo menstrual e para viabilizar o acesso a absorventes e, portanto, evitar que pessoas que menstruam não deixem de frequentar a escola. Conheça mais sobre a iniciativa em nosso Banco de Projetos e também no perfil do Instagram do grupo!
Roda de Meninas
No ano de 2016, um grupo de meninas de São Miguel Arcanjo (SP) sentiu a necessidade de criar um espaço de diálogo e acolhimento para falar sobre as questões que as afetavam. E, desde então, o projeto Roda de Meninas acontece na Escola Estadual Massanori Karazawa com papos periódicos, e quem tem fortalecido a escuta feminina e denunciado atitudes machistas no ambiente escolar.
Além disso, a partir de uma parceria, o grupo pretende lançar uma revista com depoimentos de suas integrantes. Saiba mais sobre a iniciativa aqui!
Sertanejas Cientistas – A Ciência do Alto Sertão
Incomodadas com a pouca participação e representação feminina na ciência, estudantes do Ensino Médio do Centro de Excelência Dom Juvêncio Britto, localizado em Canindé de São Francisco (SE), decidiram criar o Sertanejas Cientistas e agir pela equidade de gênero.
A iniciativa tem um perfil no Instagram e um canal no YouTube, nos quais divulgam uma série de conteúdos, incluindo biografias de mulheres cientistas, oficinas de pesquisa e lives com a participação de profissionais convidadas.
Redação e revisão: Helisa Ignácio