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Ocupações: legados e desafios

18/05/2017 - Por Criativos

Após participarem de mobilizações em diferentes regiões do país, estudantes secundaristas destacam legado de ocupações para maior diálogo na escola e para melhoria da educação.

“[As ocupações mostraram] a importância do protagonismo juvenil, de a gente ver que os jovens têm capacidade de conduzir um movimento desses. Nós fomos aprendendo a lidar com cada situação e mostramos que somos capazes de muito mais”, destaca a estudante secundarista Kaliane Sena, que participou das ocupações de escolas no Ceará em 2016.

Falando sobre a importância e o legado das mobilizações ocorridas em 2015 e 2016, alunos de diferentes regiões do país participaram na última terça-feira (16/05) do 1º Encontro Internacional da Rede Escola Pública e Universidade, realizado na Universidade Federal do ABC, em Santo André (SP). (Clique aqui e veja mais informações sobre o evento)

cartaz-de-divulgação-do-Encontro-Internacional-da-Rede-Escola-Pública-e-UniversidadePara o estudante de São Paulo (SP), Eudes Cássio, que ocupou a Escola Estadual Fernão Dias Paes em 2015, o movimento ocorreu como um resultado não só dos retrocessos políticos e cortes de recursos, mas também da falta de diálogo das escolas e dos governos: “normalmente, [a participação] se resume a uma consulta e os estudantes mostraram que querem uma educação com participação efetiva dos professores, dos alunos e das famílias. Não queremos só compor o conselho da escola, mas garantir que o professor e o aluno tenham o mesmo poder de decisão que o diretor”.

De acordo com o aluno Matheus Palisser, de Londrina (PR), as ocupações significaram também uma oportunidade para que os estudantes pudessem se envolver em uma ação política: “para 90% dos alunos da ocupação da minha escola, aquele era o primeiro movimento político que participavam”.

Democracia pela educação

Aluna-Kaliane-analisa-ocupações-do-CearáPara além da gestão democrática na construção das políticas de educação, a aluna Kaliane relata que as ocupações contribuíram também para repensar o processo de ensino e aprendizado oferecido nas escolas. “Entendemos a importância de valorizar o jeito de cada um em aprender. Nos impõem um sistema de educação onde quem não acompanha a maneira que é ensinada é deixado para trás e os professores não conseguem dar todo o auxílio necessário porque não têm condições e porque as salas são superlotadas. Na ocupação nós aprendemos que isso pode ser diferente”, destaca a estudante cearense

Para Kaliane , o movimento dos alunos mostrou, também, a importância da diversidade e do relacionamento da escola com a comunidade para a garantia de uma educação de qualidade. “O aprendizado que tivemos foi incomparável, sobre convivência, sobre diversidade e sobre o rumo que queremos para as nossas vidas, porque nós é que organizávamos tudo ao nos dividirmos em núcleos de limpeza, segurança e comunicação”, exemplifica.

Redação: Gabriel Maia Salgado

Imagens:
1 – Roda de conversa com estudantes / Foto: Danilo Zajac

2 – Cartaz de divulgação / Imagem: Divulgação

3 – Aluna Kaliane Sena / Foto: Criativos da Escola

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