Criativos da Escola | Tabus: falando sobre tudo e mais um pouco
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Tabus: falando sobre tudo e mais um pouco

Temas

  • ambiente escolar
  • bullying e discriminação
  • cidadania e direitos humanos
  • gênero e sexualidade
  • inclusão
  • relações étnico-raciais

Camaquã - RS

Ano de Inscrição: 2017

status Finalista

ODS

01/02/2018 - Por Criativos

Jovens de Camaquã (RS) criam grupo de conversas e intervenções criativas, possibilitando a troca de experiências e informações a respeito de “assuntos-tabu”.

Quem nunca precisou desabafar e não teve com quem se abrir? Ou então ficou sem saber como tirar uma dúvida sobre assuntos delicados como sexualidade e saúde mental? Pensando nesse tipo de impasse comum entre adolescentes, um grupo de estudantes do 2º e do 3º ano do ensino médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense, de Camaquã (RS), criou espaços de diálogo e troca entre jovens de maneira leve e acolhedora por meio do projeto “Tabus: falando sobre tudo e mais um pouco”.

Após elencar os temas que os alunos da escola mais sentem necessidade de debater, o grupo passou a organizar encontros mensais com o intuito de conversar sobre os assuntos mais solicitados pelos colegas. Com apoio da psicóloga da escola, Manoela Fernandes, foram realizadas atividades sobre temas como autoestima, gravidez na adolescência, depressão e orientação profissional. A frequência das conversas foi aumentando conforme a demanda dos estudantes e, hoje em dia, o grupo realiza reuniões duas vezes por semana. O projeto, que foi finalista do Desafio Criativos da Escola 2017, teve início nesse mesmo ano e continua fomentando o debate e o encontro produtivo em 2018!

Para além das rodas de conversa – que são abertas a estudantes do ensino médio da escola -, são também elaboradas intervenções no espaço físico do Instituto Federal. “Após uma discussão sobre saúde mental, por exemplo, afixamos pela escola endereços de locais da cidade que trabalham com essa questão […]. Assim, garantimos, por meio de uma intervenção criativa na escola, que o conteúdo discutido [nos encontros] não fique restrito ao grupo de conversa”, explica Manoela.

 

Refletir para transformar
Entre os objetivos da iniciativa, estão o desenvolvimento das dimensões emocionais e sociais dos estudantes, o incentivo à postura crítica e reflexiva e o fomento ao fortalecimento dos jovens como cidadãos capazes de transformar o seu entorno.

desenho_sobre_empatiaO grupo responsável pelo projeto vem conseguindo não só cumprir esses propósitos, como também superá-los! Segundo conta um dos alunos responsáveis pela iniciativa, Felipe Bartz, o sucesso foi maior do que o esperado: “não pensávamos que o projeto iria tomar as proporções que tomou. Várias pessoas que vêm visitar a escola acabam se interessando pelas intervenções físicas espalhadas pelo campus”.

 

Mudança na prática
A realização do projeto foi fundamental para o aprimoramento da capacidade sócio afetiva e até mesmo cognitiva dos estudantes. Segundo a aluna envolvida na iniciativa, Bruna Stiff, participar das reuniões possibilitou também um melhor desempenho escolar. “Antes do projeto, eu sempre me sentia depressiva e ansiosa, o que atrapalhava as minhas notas. Desde quando comecei com o ‘Tabus’, elas [as notas] melhoraram e eu aprendi a me posicionar, dizer ‘sim’ e ‘não’, o que também era uma dificuldade pra mim”, ressalta Bruna. “É como se o projeto fosse o meu refúgio”, acrescenta.

Ainda com relação aos estudos, o aluno Felipe acredita que fazer parte da iniciativa tenha sido importante para o seu desempenho em vestibulares: “uma coisa que eu percebi é que umas cinco questões do [Exame Nacional do Ensino Médio] Enem eu acertei por conta do ‘Tabus’ e de coisas que a gente discute aqui, [como a questão do] culto à imagem e empatia”.

 

O impacto na comunidade

Segundo Felipe, o grupo vem se articulando para que a iniciativa ganhe espaços para além dos muros da escola: “estamos fazendo reuniões de planejamento [interno] para ver quais escolas gostaríamos de alcançar. jovens_conversam_em_rodaPretendemos impactar a comunidade por meio dos estudantes, pois acreditamos que, uma vez que os atingimos, eles certamente vão impactar outras pessoas”. Seguindo essa lógica de “efeito-dominó”, os jovens pretendem provocar discussões importantes para cada vez mais moradores do município, pensando sempre em possibilitar o debate e promover cidadania.

“Pretendemos fazer um seminário com duração de dois dias no meio do ano [de 2018]. A ideia é falar sobre temas como depressão e padrão de beleza, trazendo palestrantes de fora, assim como alunos de outras escolas”, conta Bruna. A jovem menciona também que os estudantes querem criar uma rede de impacto a partir da formação de uma comissão composta por pelo menos dois representantes de cada escola que passar a integrar o projeto. Assim, segundo ela, as ações poderão ser realizadas em conjunto e espalhadas para todo o município de Camaquã.

 

 

Redação: Luiza Geiling Cruz
Edição: Gabriel Salgado
Imagens: Divulgação

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