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Dia da Mulher: 8 projetos que falam sobre feminismo com estudantes

03/03/2020 - Por Gabriel

Meninas criam projetos para conversar com crianças e jovens em suas escolas e comunidades sobre direitos da mulher, machismo e empoderamento feminino 

Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, se tornou uma data fundamental para reivindicar a igualdade de gênero e ressaltar as conquistas políticas e sociais da mulher. Pensando na importância da data, o Criativos da Escola apresenta oito projetos transformadores de estudantes que trazem uma maior reflexão sobre a temática dentro e fora da sala de aula.

Um desses projetos foi realizado por alunas do Centro Educacional Antônio Honorato, em Casa Nova (BA), que levou o nome de “Empoderamento da Mulher Negra”. A iniciativa tem por objetivo colaborar com o fim do preconceito racial e de gênero na comunidade, principalmente no que diz respeito às mulheres afro-brasileiras. A ação foi um dos destaques do Desafio Criativos da Escola de 2018.

Grupo de meninas realiza atividades de combate ao preconceito racial na Bahia/Divulgação

Grupo de meninas realiza atividades de combate ao preconceito racial na Bahia/Divulgação

A ideia nasceu durante a atividade escolar Educação Patrimonial e Artística (EPA), que incentiva a observação do território e sua história. Após pesquisarem sobre a opressão que a população negra ainda está exposta (principalmente as mulheres) e sobre a “ditadura da beleza” – que difunde valores estéticos que apagam os traços negros – as garotas entenderam que seria necessário trabalhar a autoestima dessas pessoas para mudar a situação.

Organizaram atividades como desfiles, palestras e oficinas de turbantes e realizaram também ensaios fotográficos com as próprias alunas e com mulheres negras da região. Atualmente, o projeto segue ativo e impactando muitas estudantes. Os registros fotográficos, inclusive, garantiram às jovens o primeiro lugar no concurso do EPA, realizado nas cidades de Casa Nova e Juazeiro. Para contribuir ainda mais com o fim do preconceito, elas pretendem produzir um clipe que unirá a beleza das mulheres negras com a temática sobre o local onde vivem, o sertão baiano.

Além dessa iniciativa, o Criativos da Escola lista mais sete casos protagonizados por crianças e jovens que abordam a valorização das mulheres e que também foram destaque em outras edições do desafio:

Causa Mãe (Rio de Janeiro, RJ)

Estudantes organizam roda de conversa com mães adolescentes

Estudantes organizam roda de conversa com mães adolescentes

Estudantes do Rio de Janeiro (RJ) promovem encontros para compartilhar experiências e criam grupo de apoio entre mães jovens. O objetivo era reunir dois grupos femininos com perfis complementares: mulheres que tiveram suporte para tocar suas vidas normalmente durante a gravidez e aquelas que não tiveram, tendo eventualmente sido obrigadas a deixar a escola e anulado qualquer perspectiva profissional e sonhos. Como resultado produzido na comunidade, o coletivo criou grupos nas redes sociais WhatsApp e Facebook, que acabaram forjando dinâmicas próprias entre as participantes. Ainda mais importante foi um esquema solidário de rodízio voluntário para as crianças permanecerem nas casas das mulheres com maior estabilidade enquanto suas mães estão retomando os estudos.

Dice (Cascavel, CE)

Meninas estão disseminando ideias sobre feminismo por meio do cordel

Meninas estão disseminando ideias sobre feminismo por meio do cordel

A produção de cordel feminista é uma das ideias do grupo Dice – Será que a sociedade ainda não entendeu?, criado em 2017 por estudantes do ensino médio da Escola Estadual de Educação Profissional Edson Queiroz, localizada em Cascavel (CE). A iniciativa cria ações e debates sobre o feminismo, atuando na própria escola e também na comunidade do entorno.

E se fosse com você? (Sapiranga, RS)

Desafio Criativos da Escola 2019: E se fosse com você?

Desafio Criativos da Escola 2019: E se fosse com você?

Estudantes de Sapiranga (RS) criaram um clube feminista para discutir violências sofridas pelas mulheres e como combatê-las. A iniciativa teve apoio de uma psicóloga, que conversou sobre relacionamentos abusivos e assédio no ambiente escolar e, também, de uma advogada, que orientou as jovens sobre como proceder em casos de agressão. No fim de 2019, elas conseguiram fomentar a aprovação de um projeto de lei que ampare e promova a discussão sobre o combate à violência contra a mulher nas escolas da cidade.

Elas por Elas (Venâncio Aires, RS)

Meninas contam histórias de mulheres para crianças/ Divulgação

Meninas contam histórias de mulheres para crianças/ Divulgação

Como apresentar às crianças narrativas de mulheres que fogem do estereótipo mostrado nos contos de fada? A partir de reflexões trazidas por uma professora e também incomodados com as histórias de mulheres apresentadas como frágeis e dependentes de um príncipe encantado para encontrar a felicidade, um grupo de estudantes transformou o incômodo no projeto “Elas por elas: o protagonismo feminino em histórias reais narradas para crianças em um audiolivro“. Criaram um audiolivro com essas histórias e estão multiplicando essas narrativas com crianças de outras escolas da região.

Lugar de mulher é onde ela quiser (Rio de Janeiro, RJ)

Cerca de seis estudantes erguem os braços e fazem o símbolo da força feminina

Projeto empoderou meninas e educou escola e comunidade

Estudantes do Rio de Janeiro (RJ) decidiram tomar posição: a escola é, sim, um espaço para educar sobre a violência de gênero, fazendo surgir o projeto “Lugar de mulher é onde ela quiser”, que utiliza a arte para debater e educar a comunidade escolar sobre os direitos das mulheres, ampliando o acesso à informação sobre o assunto entre os colegas.

Na Luta contra o Machismo (São Paulo, SP)

movifemi-destacada

Alunas de São Paulo (SP) começaram a discussão contra o machismo na escola quando a própria unidade escolar as proibiu de usar [calça] legging na aula de educação física por conta dos meninos, dizendo que a roupa marcava seus corpos. Criaram o Movimento Feminista na Escola (Movifemi), grupo formado por alunas do 7º, 8º e 9º ano,  que explicam a importância do respeito ao corpo das mulheres. Como estratégia , o Movifemi espalha cartazes com frases de protesto, realiza debates sobre feminismo nas salas de aula e promove campanhas de conscientização e acolhimento de meninas.

Teatro contra violência às mulheres (Estrela de Alagoas, AL) 

Três-alunas-durante-cena-em-peça-de-teatro

Utilizando recursos do Teatro do Oprimido, idealizado pelo dramaturgo Augusto Boal, estudantes de Estrela de Alagoas (AL) construíram uma peça representando a história de uma adolescente que fugiu de casa com o namorado. Ao tratar de uma realidade recorrente da comunidade de Ipueiras, o grupo de alunos do 8º e do 9º ano do ensino fundamental contribuiu com a diminuição da violência sofrida por jovens, tanto em relacionamentos abusivos, quanto a partir da discriminação e da falta de apoio de suas famílias e da sociedade.

Em breve – inscrições para o Desafio 2020

Você conhece um projeto protagonizado por crianças e jovens que está transformando a escola ou a comunidade? Então, prepare-se para compartilhar: em breve começam as inscrições para a 6ª edição do Desafio Criativos da Escola. Em 2019, a premiação recebeu 1.443 projetos de todos os estados do Brasil. É possível conhecer as histórias dessas iniciativas nas redes sociais do programa e em seu site, onde também há um material de apoio ao educador que pode contribuir com a prática pedagógica dentro e fora da sala de aula.

Redação: Criativos da Escola
Imagens: Divulgação

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