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Xeque-Mate

Temas

  • educação
  • ambiente escolar

São Gonçalo - RJ

Ano de Inscrição: 2017

status Premiado

ODS

13/03/2018 - Por Criativos

Juntando diversão e aprendizado, alunos de São Gonçalo (RJ) desenvolvem o projeto Xeque-Mate para ensinar colegas a jogar xadrez.

Um encontro inesperado. Foi assim que os estudantes do 1º ano do Ensino Médio do Centro Integrado de Educação Pública 240 Haroldo Teixeira Valladão, em São Gonçalo (RJ), descobriram a vontade de ensinar o xadrez. “A gente ia fazer um trabalho sobre artes marciais para o qual seriam necessários alguns tatames que estavam no vestiário da nossa escola. Quando tiramos os tatames, tinha uma caixa com algumas peças de xadrez e os relógios para contar o tempo das jogadas. A partir daí, começamos a jogar sempre que tínhamos algum tempo livre”, lembra o estudante Rodrigo dos Santos Cardoso, 15.

Ele e os colegas Rogério Castro da Rocha, 17, Leonardo de Araújo Alves, 17, e Jefferson Souza de Oliveira, 15, passaram um mês jogando xadrez, até que cansaram de mover as peças sempre com os mesmos jogadores. “A gente fez um campeonato interno, mas enjoamos de jogar entre a gente e nos perguntamos: por que não damos aula para termos mais pessoas com quem jogar?”, conta Rogério.

Por estudarem em uma escola de ensino integral, os estudantes começaram a usar o intervalo do almoço para montar o projeto, com o apoio da professora que ministra a disciplina de Projeto de Pesquisa e Intervenção, Ines Rocha Petereit. Primeiro, foram feitas diversas pesquisas bibliográficas, incluindo a origem do xadrez, as regras e as estratégias usadas e os principais benefícios do esporte. Foi assim que eles descobriram que, muito mais que um jogo que proporciona diversão e lazer, o xadrez também desenvolve a concentração, o foco e o pensamento estratégico. “No início a gente não planejava aula. Hoje, a gente senta na sexta-feira [quando se reúnem] para decidir o que faremos na segunda. Vamos nos auto-avaliando e criando nossa metodologia”, explica Rogério.

Jogo da vida

Atualmente, os jovens têm entre 10 e 15 alunos fixos, de diversas turmas, a partir do 6º ano do Ensino Fundamental. Além das aulas de xadrez, o grupo elabora outras atividades, para que os alunos possam entender a relação entre o jogo e a vida real. “Nós os levamos para uma sala escura, colocamos uma música e fazemos uma pequena palestra sobre assuntos que estão presentes tanto no xadrez quanto na vida, como decisão, por exemplo. Porque no xadrez, se você não decidir por nada, você perde tudo – e na vida é assim também”, explica Rodrigo.

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Alunos recebem prêmio Desafio Criativos da Escola 2017.

As ações planejadas também envolvem a preparação de um mural informativo sobre xadrez, a elaboração de uma peça teatral sobre a origem do jogo e a aquisição de materiais para a produção de outros jogos de tabuleiro.

A introdução do xadrez no ambiente escolar, em oficinas ministradas pelos próprios alunos, tem contribuído para o desenvolvimento da concentração, da memória e do raciocínio lógico. “Os professores contam que muitos alunos melhoraram. Aqueles que passavam o tempo inteiro conversando, agora param e pedem silêncio. Alunos que não estudavam estão interessados e querem tirar dúvidas”, conta Leonardo.

Além disso, a professora Ines explica que os estudantes que ministram as aulas são estimulados a desenvolver uma presença pedagógica que mantenha o interesse dos envolvidos: “a atmosfera das aulas é regida por um clima de camaradagem com todos se dispondo a colaborar para a realização da atividade.”

Os resultados representam uma vitória e dão ânimo para que o quarteto siga em frente. Rodrigo afirma: “dá muito orgulho ver o desenvolvimento de cada um dos alunos. E essa é uma pequena conquista, que vai crescendo com o tempo. Esse projeto vai longe!”

O grande desafio agora é aumentar o alcance da iniciativa, levando-a para outros colégios e para a comunidade. “Para isso, estamos produzindo panfletos para entregar na casa das pessoas. Nosso centro será na escola mesmo, onde o projeto começou, e iremos pedir o auxílio da nossa professora para fazer a ponte com os diretores das outras escolas”, conta Rogério. Se eles estão receosos com esta nova empreitada? “Não, não temos receio algum, estamos confiantes!”, finaliza.

Conteúdo originalmente publicado no portal do Believe.Earth, disponível em três idiomas. O Believe.earth é um movimento que propõe uma revolução imaginativa, uma identidade que inspira transformações humanas e ajuda a sociedade a sonhar com um futuro melhor e possível, próspero e sustentável.

Redação: Daniele Zebini

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