Criativos da Escola | Teatro contra violência às mulheres
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Teatro contra violência às mulheres

Temas

  • arte e cultura
  • cidadania e direitos humanos

Estrela de Alagoas - AL

Ano de Inscrição: 2016

ODS

01/06/2017 - Por Criativos

Com técnicas do Teatro do Oprimido, estudantes de Estrela de Alagoas (AL) constroem peça a partir do contexto em que vivem e discutem violência contra as mulheres.

Utilizando recursos do Teatro do Oprimido, idealizado pelo dramaturgo Augusto Boal, estudantes de Estrela de Alagoas (AL) construíram uma peça representando a história de uma adolescente que fugiu de casa com o namorado. Ao tratar de uma realidade recorrente da comunidade de Ipueiras, onde está localizada a Escola Municipal Manoel Martins dos Anjos, o grupo de alunos do 8º e do 9º ano do ensino fundamental contribuiu com a diminuição da violência sofrida por jovens, tanto em relacionamentos abusivos, quanto a partir da discriminação e da falta de apoio de suas famílias e da sociedade.

“[A peça] é importante para a conscientização, porque muitas jovens perdem seu futuro por isso: a menina foge e sofre com o marido que não quer deixar ela nem estudar, nem sair com as amigas. Aí se [ela] vai para a casa dos pais, não é aceita de volta ou sofre muito preconceito”, exemplifica a aluna, Raniele Moura, que relata ter algumas colegas que já passaram por esta situação.

Cartaz-de-apresentação-de-mostra-alagoana-de-teatro-do-oprimidoRealizado durante todo o ano de 2016, o projeto envolveu atividades de roda de conversa, construção de cenas, debate com a comunidade e apresentação da peça na Câmara dos Vereadores da cidade e na IV Mostra Alagoana do Teatro do Oprimido, realizada na Universidade Federal de Alagoas, em Maceió (AL).

 

Participação e criatividade
Com o apoio dos educadores Anderson Santoso e Wilza Rocha, a iniciativa evidenciou não só o protagonismo e a criatividade das cinco alunas e do aluno integrante do grupo, mas dos espectadores que também tinham a oportunidade de participar da obra. “A peça foi criada com situações reais que a gente vive e o público podia mudar as cenas, escolher o final”, relata a estudante Emilly Dantas.

Para construir o projeto, segundo ela, os alunos se basearam nas histórias da própria comunidade em que vivem: “a gente procurou saber mais [informações] com algumas amigas que tinham ido embora e como estava a vida delas. E algumas falaram o que estavam vivendo e que não estavam felizes”.

Público-assiste-peça-apresentada-por-estudanteDe acordo com a professora Wilza, a metodologia do Teatro do Oprimido pode fazer com que a plateia se envolva e influencie diretamente o desenvolvimento da história. “Eles (alunos) continuaram atuando no improviso com a participação do público e aí eu vi o tanto que eles aprenderam de entonação e por fazerem crescer os personagens”, destaca a educadora. Além disso, segundo o professor Anderson, o método utilizado ajudou os estudantes a terem um maior senso crítico da realidade. “Eles perceberam que existem outros caminhos, que não precisam repetir o que os familiares fizeram ou o que escolheram para eles. E isso tudo com clareza, cuidado, respeitando as pessoas e os espaços democráticos”, complementa.

 

Desafios e consequências
Apesar do desafio de o grupo – que já desenvolvia atividades teatrais – colocar em prática esta nova metodologia, Anderson destaca o crescente protagonismo dos estudantes durante o projeto. “Ao se envolverem, os alunos começaram a se dirigir e ensaiar, fazendo mudanças e adaptações no espetáculo. É o protagonismo artístico! Com o tempo, perceberam que não dependiam de nós professores e que poderiam ir além”, afirma o educador.

Três-alunas-durante-cena-em-peça-de-teatroPara a aluna Raniele, ainda que o grupo tivesse que superar problemas como encontrar um local adequado para ensaiar, o projeto melhorou a vida pessoal e os estudos dos estudantes. “Antes era só diversão sem compromisso, mas fui pegando jeito pela coisa e o teatro virou minha vida”, comentou a estudante que hoje está no 1º ano do ensino médio em outra escola em Estrela de Alagoas e que ainda não encontrou outro grupo de teatro na cidade.

Já Emilly descreve como as atividades contribuíram também para a melhoria de seu desempenho em outras disciplinas da escola. “Agora eu consigo interagir mais em todas as aulas, sem ter vergonha de falar o que eu penso e dar minha opinião. Minhas notas até melhoraram por conta disso e isso foi muito importante na minha vida”, conclui.

 

Confira abaixo trecho de peça apresentada na IV Mostra Alagoana do Teatro do Oprimido:

 

 

Redação: Gabriel Maia Salgado

Imagens: Divulgação

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