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Por um Espaço Acolhedor

Temas

  • arte e cultura
  • ambiente escolar
  • bullying e discriminação

Brasilândia - MS

Ano de Inscrição: 2017

ODS

08/02/2018 - Por Criativos

Jovens de Brasilândia (MS) criam espaço para leitura, estudo e pesquisa dentro da escola.

“Precisamos estar bem aqui.” “O nosso colégio não tem uma área bonita e inspiradora.” “Por que não temos um lugar para ficar antes da aula começar?”. Quando fica gritante na fala de estudantes que a escola onde estudam precisa ser mais agradável e acolhedora para que se sintam pertencentes ao ambiente, algo precisa ser feito. Foi por conta desse tipo de provocação feita por alguns dos alunos, que jovens do 8º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Antônio Henrique Filho, de Brasilândia (MS), resolveram criar um espaço confortável e receptivo dentro do colégio.

jovem-de-camiseta-verde-pinta-painelPara atender ao pedido dos amigos – que eram sobretudo moradores da área rural do município –, foi preciso muita determinação e força de trabalho. Criaram o “Espaço Acolhedor”, um lugar perfeito para passar o tempo, ler, estudar e jogar vídeo game. Segundo a educadora e orientadora do projeto finalista do Desafio Criativos da Escola 2017, Marciana Santiago, os alunos que habitam a área rural da cidade costumam chegar cedo e ir embora muito tarde do colégio, uma vez que os ônibus demoram a passar e a distância entre a unidade escolar e suas casas é grande.

(Confira os premiados e os finalistas no Desafio Criativos da Escola 2017)

Foi o sentimento de empatia que mobilizou os estudantes envolvidos na iniciativa a tomar uma providência. “O mais bonito de ver é que eles se colocaram no lugar do outro e pensaram em uma solução adequada para quem mora longe da escola”, conta a professora. O projeto, que teve início em junho de 2017, contou com a ajuda de cerca de 80 alunos, sendo dez deles moradores da área rural.

aluna-e-professora-pintam-painelArte acolhedora
Para que o “Espaço Acolhedor” fosse criado, foi necessário reformar uma sala da escola, anteriormente usada como depósito. Além da limpeza do local e da elaboração de pufes feitos com garrafas PET – criados a partir de instruções encontradas na internet, segundo o aluno Arthur Endrigo -, as paredes ganharam vida com grandes painéis.

Nesses espaços, os jovens homenagearam a história e a cultura regional do Mato Grosso do Sul: pintaram imagens do cantor e compositor sul-mato grossense, Almir Sater, bem como obras que versam, entre outras coisas, sobre a cultura boiadeira e os trabalhadores rurais; a poesia do cuiabano Manoel de Barros; e a realidade de indígenas das comunidades Ofaié e Guarani. Este último painel, inclusive, foi produzido por alunos de origem indígena que participaram do projeto.

 

Dinâmica de trabalho
A organização do projeto foi fundamental para que a ação ocorresse de maneira fluida e eficiente. Para tanto, os alunos se dividiram em comissões de mídia, pintura e arrecadação de fundos. A estudante Karine Fernanda, que participou da comissão de pintura, relata que o projeto revelou novos talentos dentro escola: “muitas pessoas [que ajudaram a pintar os painéis do “Espaço Acolhedor”] tinham um talento escondido [para a arte]. O projeto foi bom para mostrar que muita gente da escola era boa naquilo e que qualquer um pode contribuir com a pintura e permitir que seus talentos aflorem”.

Já para a aluna Karen Vitória, que faz parte da comissão de mídia, as redes sociais foram fundamentais para envolver os moradores do bairro no projeto: “fizemos um blog, uma página no Facebook e alguns vídeos para o YouTube. Tudo isso para divulgar o nosso trabalho, expor o que estávamos fazendo e envolver a comunidade”. E o plano de divulgação deu certo. “Muitas outras escolas viram o nosso projeto e decidiram fazer o mesmo em suas unidades! [Fora isso,] os pais vêm para as reuniões no colégio e ficam admirados [com o Espaço]”, comemora.

 

Processo desafiador
Apesar do sucesso, dividir o grupo em comissões e trabalhar em equipe não foi tarefa fácil. Segundo Marciana, os eu-penso-renovar-o-homem-usando-borboletas-manuel-de-barrosestudantes tiveram que conversar para chegar a um acordo sobre as diversas tomadas de decisão envolvidas no processo. “Havia muita divergência de ideias, mas, no fim, isso foi muito rico para o projeto”, afirma.

Outro aspecto desafiador da ação é a conscientização a respeito da manutenção e preservação do Espaço Acolhedor por parte de todos os alunos da escola. Os estudantes envolvidos no projeto vêm tentando fazer com que seus colegas que frequentam a sala entendam que aquele é um espaço de todos, e que portanto sua conservação é fundamental.

O “Espaço Acolhedor” foi inaugurado e já está funcionando! Apesar de ter a estrutura necessária para receber alunos e alunas do colégio de maneira aconchegante, o estudante Arthur explica que a proposta do grupo é, pouco a pouco, ir aperfeiçoando o lugar. “Queremos trazer cada vez mais jogos e melhorar a nossa sala. A ideia é disponibilizar mais livros e trocar alguns computadores quebrados”.

 

Redação: Luiza Geiling Cruz
Edição: Gabriel Salgado
Imagens: Divulgação

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