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Jovens Narradores

Temas

  • educação
  • meio ambiente e sustentabilidade
  • mobilização comunitária

Santo Ângelo - RS

Ano de Inscrição: 2016

ODS

10/10/2017 - Por Criativos

Por meio de cartas, estudantes de Santo Ângelo (RS) preservam memória da cidade e trocam conhecimentos com alunos de escola de Açailândia (MA).

Com o intuito de preservar a memória da cidade onde vivem, alunos e alunas do 1º ano do ensino médio do Colégio Estadual Pedro II, em Santo Ângelo (RS), realizam projeto por meio da criação de cartas sobre o município e trocam conhecimentos com jovens de Açailândia (MA), no outro extremo do país. Desde o ano passado, os estudantes envolvidos no projeto revisitam narrativas de sua própria cidade, contam sobre elas em suas cartas e, ao trocarem correspondência com os alunos maranhenses, têm contato com experiências e costumes completamente diferentes dos que vivem.

“[A troca de cartas] foi uma experiência muito boa porque nos fez conhecer pessoas e uma cultura nova. Os estudantes de Açailândia se divertem de um jeito muito diferente: [contaram nas cartas que] iam tomar banho de rio, andar a cavalo”, comenta o aluno gaúcho, Marcos Vinicius Pedroso.

Como ponto de partida, os jovens passaram a coletar, em abril de 2016, narrativas de moradores mais antigos da cidade e a fazer visitas a seus pontos históricos. O município é reconhecido na região por possuir ruínas de um dos Sete Povos das Missões, aldeamentos fundados por jesuítas espanhóis no século 17.

Ao conhecer as riquezas históricas e os causos de Santo Ângelo, os estudantes do projeto “Jovens Narradores: histórias que inspiram transformações” puderam escrever sobre sua cultura e costumes aos destinatários de Açailândia (MA). Ao receberem as respostas vindas do Maranhão, os alunos contam que ampliaram seu repertório e seus conhecimealunos-em-fila-indiana-anadando-em-um-gramadontos sobre a realidade de jovens em diferentes partes do país. “A disciplina de história passou a fazer parte da vida deles, [uma vez que] a sentiram como ciência viva e que existe na realidade deles agora, no presente. A história não pode ser aprendida somente olhando pro passado”, afiança uma das professoras responsáveis pelo projeto, Luthiane Miszak.

Após a troca de cartas, os estudantes gaúchos e maranhenses mantiveram contato por meio de grupos criados por eles em redes sociais. Para Marcos Vinicius, no entanto, a experiência de enviar e receber cartas não foi esquecida: “uma mensagem [virtual] é muito fácil de excluir. Um pedaço de papel é uma recordação!”.

 

Narradores de Santo Ângelo

A ação dos estudantes teve início a partir de uma exibição na escola do longa-metragem “Narradores de Javé”, dirigido por Eliane Caffé. No filme, para tentar evitar que o vilarejo de Javé desapareça sob as águas de uma hidrelétrica, os moradores decidem escrever a história do local e lutam para que seja reconhecido como um patrimônio a ser preservado pelas autoridades. Depois de assistirem ao filme, os estudantes começaram a pensar de que maneira gostariam de preservar a memória de sua cidade.

Além de contribuir com a valorização do patrimônio imaterial de Santo Ângelo, de acordo com o aluno Rick Machado, a iniciativa fez com que ele se reconhecesse enquanto agente de mudança. “[Ao ler as cartas, pude perceber que quando] os estudantes de Açailândia entraram no ensino médio, eles começaram de fato a conhecer a posição deles no mundo, o que foi parecido com o que eu vivi: quando eu entrei no ensino médio, eu pude ver de que formas eu poderia deixar um legado”, destaca Rick. E complementa: “hoje em dia eu sei que o meu lugar no mcartas-desenhos-e-bilhetes-espalhados-sobre-a-mesaundo é dar o melhor no que eu faço que por enquanto é ser estudante e mostrar para as pessoas que elas podem dar sempre o melhor delas para ajudar outras pessoas a também descobrirem o seu”.

Segundo a educadora Luthiane, os estudantes passaram também a ter maior interesse pelas aulas de história e melhoraram suas notas na disciplina. Além disso, a professora conta que os envolvidos no projeto construíram um sentimento de pertencimento em relação à escola e a Santo Ângelo, o que fez com que se engajassem em outras causas sociais: “eles perceberam a necessidade da mobilidade urbana e se envolveram em campanhas a favor do passe livre estudantil”. Além disso, de acordo com ela, ao se depararem com o problema da poluição do Rio Itaquarinchim e com a falta de conscientização e informação dos moradores da cidade, por exemplo, os estudantes organizaram um encontro com autoridades de Santo Ângelo para pensarem uma solução.

 

Redação: Luiza Cruz
Edição: Gabriel Maia Salgado
Imagens: Divulgação

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