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Alagoinhas - BA

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30/01/2018 - Por Criativos

Estudantes de Alagoinhas (BA) se mobilizam e abrem escola à comunidade contra casos de violência e suicídio no bairro.

Em um dia como outro qualquer, os alunos do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Deputado Luis Eduardo Magalhães, em Alagoinhas (BA), receberam uma foto pelo Whatsapp que os impactou profundamente. Um colega de classe havia sido assassinado. Foi o gatilho para que Adrielle Bispo dos Santos, 18, Carlos Henrique Carvalho, 19, e Islaine Medeiros Souza, 17, decidissem agir. “Há muitos jovens na nossa escola com quem poderia acontecer a mesma coisa. Por que a gente não mostra a eles um caminho diferente?”, conta Islaine.

Durante a Semana do Estudante, os amigos começaram uma pesquisa de campo na escola para entender melhor a realidade dos colegas. “Percebemos muita vulnerabilidade dos jovens e partimos para uma discussão com outros alunos e professores”, lembra Carlos. “Alguns alunos disseram que não havia qualidade nenhuma na vida deles, a maioria tinha baixa autoestima”, complementa Adrielle.

Para envolver mais os estudantes e contribuir para solucionar os problemas identificados, o grupo chegou à conclusão de que deveria atuar não só para e com as pessoas de dentro da escola, mas também com os familiares e a comunidade. A mobilização foi tão grande que a iniciativa foi selecionada como uma das premiadas no Desafio Criativos da Escola 2017 (Clique aqui e confira os demais premiados)

“Além da questão do tráfico e da violência, muitos alunos não têm uma estrutura familiar. A gente percebeu como a questão da família interfere diretamente no aprendizado e na autoestima”, explica Islaine. Assim surgiu a ideia de abrir a porta da escola para a comunidade, não só em reuniões escolares, mas em oficinas de música, artesanato e orientação profissional. O início não foi fácil, houve até resistência dos pais. Mas, aos poucos, as famílias passaram a se envolver.

estudantes_alagoinhas_escola_para_o_mundo_criativosdaescola2017“Acho que a participação dos pais foi uma das principais conquistas do projeto. Fizemos um bate-papo em um domingo sobre a importância do convívio familiar na formação humana integral e contamos com cerca de 60 pessoas, entre alunos, pais e comunidade. Foi um grande avanço”, comemora Adrielle.

Realizado desde fevereiro de 2017, o projeto conseguiu, inclusive, o apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS), que disponibiliza psicólogos, assistentes sociais e oficineiros. Alguns professores têm auxiliado os estudantes no atendimento aos alunos que apresentam mais dificuldades de aprendizagem. Além disso, o grupo tem feito a divulgação das ações visitando escolas próximas, compartilhando nas redes sociais, na rádio local, no jornal online da cidade, na Câmara dos Vereadores e por meio de faixas e cartazes colocados em pontos estratégicos do bairro.

 

Do desinteresse à transformação

Segundo Islaine, houve um número considerável de inscritos em todas as atividades disponibilizadas pelo projeto, mas a que mais chamou atenção foi a oficina de violino. “A maioria dos participantes é daquele grupo de pessoas que não gosta da escola, que não quer estudar. E eles estão ali com a gente, no final de semana, na escola, fazendo oficina de violino. Isso é uma conquista muito grande!”, comemora.

Da_escola_para_o_mundo_divulgacao_criativos_da_escola2017A estudante lembra que os colegas se ofereceram para ajudar nas atividades realizadas pelo grupo para crianças da zona rural da cidade, além de eles mesmos sugerirem outras iniciativas, como oficinas de rap e batalhas de rima.

“Este projeto teve como destaque a melhoria da afirmação de identidades dos alunos e descobertas de potencialidades e de talentos”, confirma a professora que orientou o grupo nesta empreitada, Maria de Lourdes Ramos. “Percebo o quanto o projeto e a premiação no Criativos da Escola contribuíram para que muitos jovens passassem a aspirar novos caminhos, tanto na vida acadêmica como também na profissional”, ressalta a educadora.

A turma agora vislumbra a ampliação do projeto para além da escola, do bairro e da cidade de Alagoinhas. “Queremos expandir essa ação para todos os lugares onde for possível. A partir do momento que me envolvi neste projeto, eu percebi que temos múltiplos caminhos para seguir”, diz Adrielle.

Assim como ela, Carlos e Islaine terminaram o Ensino Médio em 2017, mas continuarão a fazer parte do projeto como voluntários. “A gente quer oferecer uma nova perspectiva. Queremos ver os alunos mais motivados, mais felizes, mostrando que têm habilidade e talento”, diz Islaine. Uma grande mudança que, ao que tudo indica, está apenas começando.

 

Conteúdo originalmente publicado no portal do Believe.Earth, disponível em três idiomas. O Believe.earth é um movimento que propõe uma revolução imaginativa, uma identidade que inspira transformações humanas e ajuda a sociedade a sonhar com um futuro melhor e possível, próspero e sustentável.

Redação: Daniele Zebini

 

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