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Curta coleta seletiva

Temas

  • meio ambiente e sustentabilidade
  • mobilização comunitária

Campo Bom - RS

Ano de Inscrição: 2016

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ODS

13/04/2017 - Por Criativos

Estudantes criam aplicativo de celular para incentivar a separação de materiais recicláveis em Campo Bom (RS)

Para incentivar a separação de materiais recicláveis no município de Campo Bom (RS), estudantes do 6º, 7º e 9º ano do ensino fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental Centro de Educação Integrada criou um aplicativo gratuito para celulares. Além de informar os dias em que ocorre a coleta seletiva nos bairros da cidade, o aplicativo “Curta Coleta Seletiva” oferece também dicas de preservação da natureza, ensina como separar os resíduos, aponta o local correto de descarte de eletrônicos e mostra o contato para que o usuáriocurtas5 denuncie o não cumprimento do horário da coleta.

De acordo com a estudante Britney Kauffmann, a criação tem o intuito de modificar a relação dos moradores do bairro com os materiais que são descartados em suas casas: “a ferramenta é importante porque ela dá uma base de conhecimento para as pessoas. Entre outras coisas, explicamos como separar o lixo”.

Para disseminar o aplicativo de celular, os estudantes também criaram um canal no youtube com vídeos curtas-metragens sobre o descarte adequado de materiais secos e orgânicos. “Esse aplicativo foi criado para dar informações. Nós acreditamos que se oferecermos dados atualizados, nossa cidade poderá ser mais limpa”, explica a estudante Kédina Morais. Com o software e os vídeos, o grupo já apresentou o projeto para os demais 700 alunos da escola e mobilizou uma campanha para que o aplicativo esteja instalado em pelo menos um celular na casa de cada estudante. (Clique e conheça o aplicativo)
Estimulando a mudança
“Nós temos um projeto de curtas[-metragens] na escola e estávamos focados na questão do meio ambiente. Então, decidimos tratar sobre o resíduo doméstico e sobre a relação das pessoas com ele”, conta a aluna Britney. Após realizarem uma pesquisa com mais de mil pessoas da cidade sobre a separação dos materiais recicláveis, os estudantes constataram que 70% dos entrevistados afirmavam fazer o descarte correto dos resíduos. No entanto, durante visita à Usina de Reciclagem de Campo Bom (RS), o observado foi bem diferente: segundo dados do local, apenas cinco das 40 toneladas diárias recebidas pela coleta realizada pela prefeitura vinham separadas de maneira adequada. “Fomos surpreendidos e ficamos intrigados com o resultado. Foi aí que decidimos pensar em uma maneira de reverter essa a situação”, conta Kédina.

O que fazer para melhorar a coleta seletiva e as condições de trabalho dos catadores de materiais recicláveis? Essa foi a questão que motivou os estudantes a se mobilizarem para iniciarem o projeto. “Percebemos que não adiantava entregar folhetos de conscientização porque gerava mais lixo”, conta uma das orientadoras do projeto, a educadora Juliana Fernandes.curtas3

Para isso, os alunos tiveram uma formação com um voluntário sobre como criar um aplicativo de celular e se dividiram entre programadores, roteiristas, atores, divulgadores, figurinistas e editores de vídeo. Daí surgiu o personagem youtuber Max Trash, representado por um dos estudantes e que, de maneira descontraída, faz alertas sobre a importância da separação dos resíduos.

O projeto, que iniciou em dezembro de 2015, se estende até hoje com a dedicação dos estudantes e a orientação das educadoras Juliana e Denise Rohden. A iniciativa transformou não somente os alunos envolvidos, mas também os moradores da cidade. “Eles [os alunos] ficaram muito impactados com a realidade que viram: o ‘curta coleta seletiva’ modificou o pensamento deles em relação ao lixo e eles quiseram passar isso adiante”, conta a educadora Juliana.
Desafios e sonhos
Durante visita à usina de reciclagem, além de encontrarem os resíduos todos misturados, os estudantes se depararam com as condições insalubres de trabalho dos catadores e chegaram à conclusão que poderiam fazer algo para ajudar. “O que mais me impressionou foi o cheiro do lugar. Com o tanto de lixo que não deveria estar lá, ficamos muito chocados pela realidade ser diferente do que havíamos imaginado”, lembra Britney.curtas1

Outro desafio ainda encontrado é a falta de apoio da gestão municipal para a realização dos vídeos. “Em 2016, houve a troca na administração e perdemos o apoio da Secretaria municipal do Meio ambiente e Secretaria de Educação, porque queríamos gravar os caminhões na usina e cenas do pátio da escola”, relata Juliana.

Atualmente, o grupo tem se organizado para continuar ampliando a divulgação da ferramenta, firmar parceria com a nova gestão municipal e participar de encontros e mostras fora do município. “A gente quer que o aplicativo faça parte da cidade”, revela a professora Juliana. A aluna Britney vai ainda mais além: “espero que o aplicativo seja divulgado no nosso município e que outras cidades adotem essa ideia”. E completa: “participar do projeto me fez ver que somos capazes de mudar a nossa cidade”.
Redação: Vanessa Ribeiro

Edição: Gabriel Maia Salgado

Imagens: Divulgação

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